Marcelo, Marmelo, Martelo

Se fosse para escolher o personagem mais divertido da Ruth Rocha, entre as centenas de personagens maravilhosos que ela criou, ninguém teria dúvidas: diriam todos que é o Marcelo, o menino que, de uma hora para outra, decide reinventar os nomes das coisas.
Para ele, “cadeira” não tem cara de cadeira. Então por que não chamá-la de “sentador”? E se a gente pensar bem, leite não parece “suco de vaca”? E por que dizer “bom dia” se podemos dizer “bom solário”? Por essas e outras deliciosas maluquices poéticas, o Marcelo mora no coração de muitas gerações de pequenos leitores.

Nesta edição, que conta com simpáticas ilustrações de Mariana Massarani, as duas outras histórias clássicas do livro foram mantidas: “Teresinha e Gabriela”, que conta a amizade de duas meninas bem diferentes, e “O dono da bola”, sobre um menino mimado que aos poucos entende que pode ser um cara mais bacana e feliz.

De brinde, a editora Salamandra acrescentou uma página com todas as capas que o Marcelo já teve desde 1976, ano da sua publicação, além de um belo texto da professora Marisa Lajolo, no qual ela afirma que a literatura da Ruth Rocha “fascina e humaniza quem a lê”.